Edição #4 do Projeto Calendário

Exposição

Seres Primordiais de Sylvia Furegatti dão continuidade ao Projeto Calendário do Pparalelo de Arte Contemporânea.

A quarta imagem a ocupar a vitrine do ATQG do Grupo Pparalelo de Arte Contemporânea de Campinas apresenta, a partir do próximo dia 02 de outubro, a continuidade das pesquisas dedicadas à série Seres Primordiais de Sylvia Furegatti.

A Série fotográfica, iniciada nesse ano de 2009, reúne uma seqüência de lugares visitados pela artista selecionados por constituírem-se como depositários de materiais naturais como pedra, areia e terra que tomam forma na paisagem urbana a partir da prévia manipulação humana com a devida ajuda tecnológica de tratores, escavadeiras e caminhões.

Esses lugares impressionam por apresentarem-se numa condição de camada revolvida e descoberta pelo tom indicativo da passagem anterior de muitas pessoas e maquinário usado na construção desses montes (supostamente) artificiais na paisagem natural.

Artificialidade e naturalismo constituem o elemento de tensão que interessa às proposições artísticas dessa pesquisa. Os montes de terra fotografados são entendidos como recombinações de trechos da paisagem que promovem a articulação desse novo lócus pelo emprego sutil do mesmo tipo de matéria que criou aquela paisagem.

Assim, agindo no ínterim formado pela conjunção Arte e Paisagem, a construção da série fotográfica toma forma de registros desses depósitos de minerais construídos artificialmente pelo homem e despercebidos no cotidiano. Resgatados de seu contexto mitológico, esses Seres Primordiais nos lembram forte conexão entre céu e terra, entre o mortal e o imortal representado pela montanha.

Os primeiros desses seres, assim identificados pela artista, foram apresentados na Galeria de Arte da Unicamp em maio desse ano numa seqüência de imagens de montes de areia, terra ou pedras. Dessa vez, a deriva levou a artista ao território das indústrias de vidro do interior do estado que mantêm seus depósitos à margem das rodovias, lugares nos quais se erguem belos montes de cacos de vidro transparente.

Expostos contra a luz do dia, à velocidade do trânsito nas rodovias, os montes provocam a atenção do passante por seu brilho e forma condensada. Para um artista em deriva, agem como ponto de grande atenção.

O peso dessas estruturas é outro dado visual revelado pela quantidade de pequenas partículas que o constroem. Chegam a assumir dimensões de 3 ou 4  metros de altura,  extensos 10 metros de comprimento e bases variadas entre 3 e 10 metros. Formados pelo tempo, alguns desses montes chegam a ter mais de dez anos.

Os montes formados por vidro transparente são mais raros, próximos do branco, nos levam a pensar na partícula da areia. Mais comuns são os verdes e âmbar transformados de garrafas e outras peças anteriores levadas para a reciclagem do vidro nessas indústrias.

A imagem selecionada para a Vitrine do ATQG apresenta um dos maiores montes conhecidos nessa viagem feita por Sylvia. Guarda informações sobre o dia, o caráter urbano dessa paisagem e estende nosso olhar por uma superfície formada, toda ela, por vidro.

O lançamento dessa edição acontece na sexta-feira, dia 02 de outubro, às 17hs. A exposição do trabalho na vitrine permanece até 31 desse mesmo mês e pode ser vista o dia todo do lado de fora, na vitrine, ou então, sob agendamento pelos emails: contato@pparalelo.art.brsylviafuregatti@pparalelo.art.br

[slideshow]

Ficha técnica do Projeto:
#4 – Sylvia Furegatti de 02 a 31 de outubro;

Próximos artistas e datas:
#5 – Franco Angeloni de 01 a 25 de novembro (artista convidado);
#6 – Dorothea Freire de 27 de novembro a 31 de dezembro.

Já realizados:
#1 – Cecilia Stelini de 09 de junho a 03 de julho.
#2 – Hebert Gouvea de 10 de julho a 24 de agosto;
#3 – Adriana da Conceição de 26 de agosto a 11 de setembro de 2009.